A Violência do Politicamente Correcto (que se esbate?)
A violência do politicamente correcto na questão do aborto é uma constante.
Parte muito significativa dos argumentos do Sim centra-se em argumentos emocionais do género: "hei, nós somos só a favor da escolha! Tens alguma coisa contra a liberdade de opção?".
Automaticamente o "não ao aborto" torna-se num "não à liberdade de opção" num "sim à intolerância". mesmo os que dizem respeitar as convicções dos apoiantes do "não" não hesitam, em cada discurso, de nos apelidar de intolerantes.
Apesar de tudo isso, no debate que agora está a dar na RTP1, é possível ver várias figuras públicas, de áreas diferentes, que assumem de forma clara a sua posição pelo Não. Parece-me que mesmo mais do que há oito anos. No referendo de oito anos, quando interpelado directamente, Manuel Serrão, o homem que ficara conhecido sobretudo por ser residente no programa da SIC Noite da Má Língua, não respondeu, disse que era "nim". Entretanto já disse que votou "não" em 98. Era uma figura pública, conhecido por ser directo e quase agressivo, nomeadamente na defesa do FCP, e mesmo assim não assumiu na altura o seu voto.
toda a comunicação social (excepto os jornais de inspiração cristã) tem uma posição óbvia.
Será que agora todos têm condições para assumir o seu voto?
2 comentários:
Enfim.. talvez me vá repetir...mas custa-me ver que se vá pelo caminho mais fácil... e que se dê como opção à "mulher" abortar de livre e expontania vontade em vez de lhe oferecer condições para criar, educar, ver crescer o seu filho/a!
Custa-me.. sei lá.. ver o aborto livre, como método contraceptivo, sem antes verificar e ajudar no sentido de conscializar quem gerou.
É certo que me podem acusar de ser "retrograda", de não ter visão de futuro.. mas será que "futuro" é ver o valor da vida minorizado, deturpado?
Terá um ser humano perdido valor?
Claro que podem rebater com mil e uma questões, e apelidar-me de moralista... mas que valores estamos nós a atribuir à nossa sociedade?
Fechamos maternidades, referendamos sobre a possibilidade de liberalizar o aborto.
Não estamos com isto a dizer aos nossos, que a vida hoje tem menos valor? Que não vale a pena ter filhos? Que a sociedade não está habilitada a recebê-los?
Porque não criamos condições para que as mâes criem os seus filhos? Porque não dar-lhes um subsidio de maternidade e tempo para ficarem em casa com os seus filhos? Porque não criar equipas de aconselhamento materno-infantil?
Gostaria de ver estas questões debatidas, muito antes de colocar em cima da mesa uma possibilidade de matar para não ter problemas de sociedade.
Olho para o amanhã e espero que seja melhor do que o hoje.
Após o programa de ontem "Prós e Contras", também não consegui ficar indiferente a algumas questões!
Fico extremamente chocada, quando oiço debater a questão do aborto apenas como uma questão jurídica, de pena e não pena, julgamento e não julgamento. Não é esta a questão essencial do aborto, e aquele que é o problema fundamental que se deve discutir e que não vejo ser abordado por nenhum fundamentalista do sim, é a questão da VIDA! Esse é o principal problema, mas custa muito ouvir dizer que a vida humana está a ser "arrasada", é muito difícil ouvir que se está a pôr em causa a saúde publica de todos os cidadãos e em especial a das mulheres portuguesas, etc, etc. Sobre estes assuntos não oiço os fundamentalistas falarem, até porque não dá jeito falar muito, para não ficar a martelar nas consciências. Porque quer queiramos, quer não, toda a gente (do sim e do não) é naturalmente contra o aborto, a favor da vida, e por isso o debate que parte do principio fundamental que é a vida, não interessa muito ter.
Fiquei chocada ao ouvir a médica que defendia o sim, que se assumia como médica de um centro de saúde e a trabalhar no serviço de planeamento familiar, e fiquei com vontade de lhe perguntar que política de planeamento familiar ela usa e passará a usar com as suas utentes, tendo como base a liberalização do aborto! Fiquei ainda mais chocada, quando a ouvi defender o aborto, porque recebe muitos telefonemas de colegas que se "vêm a braços" com casos de adolescentes que tentam fazer o aborto clandestino e este corrre mal. Então a solução apresentada por esta médica é liberalizar para que as adolescentes procurem o serviço de saúde para o fazer. E mais, defende isto, apresentando como razões para o aborto praticado por estas jovens, o facto de não quererem que ninguém saiba, não quererem que a família saiba, terem vergonha de recorrer ao SNS. E eu pergunto: "irão elas procurar esse serviço mesmo estando liberalizado o aborto, partindo do principio que as razões para o fazerem clandestinamente se mantém"?, "Deveremos nós permitir que as adolescentes portuguesas se submetam ao aborto, sem mais nem menos e façam dele o seu método contraceptivo?" É que ninguém ainda comentou, o facto de muitos crimes que são praticados por jovens e adultos e o facto de aumentar cada vez o cadastro penal destes, muitas vezes ter tido como ponto de partida um aborto!
Fiquei igualmente revoltada, e para terminar, com um comentário infeliz da Catarina Furtado, que lhe ficou bastante mal, que teve a ver com o facto de ela se ter referido às crianças que estão nas instituições, dizendo que são infelizes e que podiam ter evitado aquele sofrimento. Ao que eu gostaria de lhe ter perguntado: "porque é que ela dá a cara e apela ao bom senso e solidariedade de todos nós, para ajudar essas mesmas instituições?", "porque é que ela aparece a defender causas tão nobres como Ajuda de Berço, por exemplo, os meninos de África, entre outras, quando depois vem à tv defender o aborto, a inexistência dessas mesmas crianças e apelar a que se liberalize o aborto!" Um contra senso, não?
Mas isto é apenas a minha opinião, e o minha reflexão!
Contudo, não deixo de fazer também o meu apelo pela VIDA!
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