terça-feira, fevereiro 27, 2007

"Não abandone o seu bebé - deixe-o connosco"



O título deste post, última frase da noticia de hoje do público, bem que podia fazer parte dos cartazes da campanha do não ao aborto, não fez mas noutras lutas bem que poderá fazer.

Para uma mãe, entregar um bebé numa incubadora depois de ele nascer deve ser uma opção deveras bem mais difícil que abortar.

Aqui deixo as palavras que ouvi de um professor meu, e que a minha mente já terá alterado um pouco mas em síntese a ideia era, e é, a seguinte:
Se tiverem uma opção para tomar, uma decisão importante para tomar, e não souberem qual é a correcta, regra geral, a opção mais difícil será a correcta!
p.s.: para ultrapassar as dificuldades em ler a noticia, aconselho a clicar na imagem

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A enorme derrota da Igreja

Agora que assentou a poeira à volta do referendo é possível ver com clareza: foi uma enorme derrota para a Igreja. É algo exagerado identificar o "não" com a Igreja católica, mas não muito. Ela foi a única grande entidade que se empenhou a fundo na luta desse lado e perdeu largamente.

Pode falar-se na parcialidade da imprensa e no poder do Governo, na manipulação da pergunta e nos enganos dos opositores, na subida dos votos do "não" e na elevação do debate. Pode dizer-se que foi uma derrota galharda e honrosa, mas indiscutivelmente uma enorme derrota da Igreja, da sua moral, cultura e forma de ver o mundo.

A Igreja está habituada a perder. Aliás a vitória de há oito anos é que foi uma extraordinária excepção numa longa sequência de importantes baixas. São tantas as derrotas históricas que surpreende até como a Igreja consegue sobreviver e manter tanta influência. Mas não é apenas desse modo que a derrota é normal. Trata-se de um elemento básico e inato. O cristianismo é a religião da cruz e dos mártires. O seu Deus foi flagelado, coroado de espinhos, pendurado num madeiro até morrer. A fé cristã é o reino dos pobres e dos humildes.

No dia do referendo em todas as missas do mundo foi lido: "Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir. Bem- -aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos expulsarem, vos insultarem e rejeitarem o vosso nome como infame, por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos e exultai nesse dia, pois a vossa recompensa será grande no Céu. (...) Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis! Ai de vós, quando todos disserem bem de vós! Era precisamente assim que os pais deles tratavam os falsos profetas" (Lc 6, 21-26). Os cristãos não vivem da derrota. Mas também não vivem para a vitória. Vivem da ressurreição, que só acontece depois da morte. Três dias depois.

O pior é que, quando a Igreja perde, quase ninguém ganha. A Igreja está preparada para perder, mas Portugal perde mais quando ela perde. Muitos dos que votaram "sim" no referendo viverão o suficiente para virem a lamentar a sua escolha. Quando os números do aborto dispararem, quando se sofrerem as consequências psicológicas, familiares, médicas, sociológicas, económicas do aborto livre, nessa altura perceberão a futilidade dos argumentos que os convenceram no dia 11. O facilitismo e superficialidade com que pretenderam "arrumar a questão" virá a cair sobre os próprios. Certamente haverá menos crianças abandonadas, menos deficientes, menos criminosos. Só mais cadáveres pequeninos.

O aborto a pedido e pago pelo Sistema Nacional de Saúde assolará sobretudo as classes mais pobres, onde a tentação será mais forte. Paradoxalmente, como noutros países, isso minará a base eleitoral dos partidos de Esquerda. Haverá menos crianças a correr nos bairros de lata; menos crianças a correr nos infantários. Haverá menos crianças em todo o lado. Haverá menos portugueses. O que aumentará é o número de gravidezes indesejadas. Iremos ver bem quão elástico é o conceito de "indesejado".

Outra característica das derrotas da Igreja é que depois ela continua sempre a lutar. Estas previsões catastróficas são ainda evitáveis. Certos da ressurreição e com os olhos fixos no Céu, os cristãos esperam contra toda a esperança. É só por isso que "sangue de mártires é semente de cristãos". Qualquer que seja a idade dos mártires.

Assim, a luta pela vida continuará, hoje como ontem. Se os defensores do aborto persistiram após 1998, ninguém negará agora o mesmo direito ao outro lado. A luta continuará até na frente jurídica. O embuste da pergunta e da campanha fez com que a única coisa realmente referendada fosse a despenalização. Alguns acham-se com legitimidade para aprovar uma lei de banalização do aborto, mas isso é claramente lateral ao referendo. Há ainda muitas instâncias capazes de defender o princípio constitucional de que "a vida humana é inviolável" (art. 24.º n.º 1).

Se essas leis vierem a passar, o drama do aborto cairá sobre o sector de saúde, acrescentando mais problemas aos que já tem. A luta pela vida passará então pelo apoio à dignidade ética da função médica.

Sobretudo a vida só se defende na vida. Na vida concreta de cada mãe abandonada, de cada criança indesejada. As dezenas de instituições específicas e os milhões de cristãos anónimos continuarão a trabalhar. Mesmo derrotada, a Igreja mostra sempre o caminho para a verdade e a vida.

João César das Neves, in Diário de Notícias de 19-02-2007

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Depois do referendo

Já não escrevo para este blog desde 1 de Fevereiro.

Outros o têm feito, e bem!

Não o fiz por qualquer motivo em especial, mas porque estive empenhado em outras actividades relacionadas com o referendo.

Agora que os resultados são conhecidos de todos e que muita discussão continua a permanecer na sociedade, volto a escrever para este nossos blog.

Enquanto dinamizador da criação deste blog, já pensei várias vezes se valerá a pena mantê-lo, depois de conhecidos os resultados. A conclusão a que cheguei foi que sim. Depois do referendo muita gente continua a visitar o blog (é certo que em menor número do que antes do referendo) para essas pessoas, que procuram continuar a informar-se acredito que este blog ainda fará sentido.

Não sei por quanto tempo, mas, pelo menos, por mais algum tempo.

Tentaremos actualizá-lo com opiniões nossas e outras que sejam publicadas noutros sítios de relevo. Até que o Movimento decida manter o blog, continuaremos a colocar cá artigos.

porque a luta pela vida está a começar... e começa todas as manhãs, todos os dias...

Eu também quero ter uma palavra a dizer!

Das conversas que tenho tido neste pós-referendo tenho me apercebido que, em particular as mulheres defensoras do sim, agradecem pelo poder que agora tem nas mãos.
Sim, agora as mulheres vão poder abortar sempre que assim o entenderem, sem dar cavaco ao seu marido. E como um amigo meu dizia no outro dia, afirmação que subscrevo inteiramente “Mas o que é isto?!? Eu também quero ter uma palavra a dizer!!!”
Sim porque hoje em dia passamos dos tempos em que o Homem “forçava” a mulher a abortar, para os não menos tristes tempos em que a mulher se considera senhora de fazer o que bem entende com a vida que carrega no ventre, decidindo abortar mesmo que isso contrarie a vontade do marido.

Ele há coisas que nós nunca aceitaríamos, mas ainda assim...


Será Egoista?!?

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

11 de Fevereiro...

E agora? Que devemos fazer?

O SIM ganhou.. é certo.. houve abstenção, não tão elevada como em 1998... mas eu de números estatisticos não percebo muito!

Apenas sinto uma enorme tristeza pelos valores com que nos estamos a deparar na sociedade de hoje.

Não podemos ficar sentados à espera que o Aborto Livre seja uma prática normal, seja tão normal como tomar um comprimido para as dores de cabeça ou beber um café.. recuso-me a ficar sentada a ver uma situação destas acontecer.

Estou certa de que é este o vosso sentimento.

Não podemos ficar desiludidos e acomodarmo-nos à situação... A vida chama por nós.

Deus está em cada coração a pedir que lutemos e, se nós defendemos a vida, devemos de continuar a lutar por ela.

Juntemos os nossos corações e arregacemos as mangas, continuaremos a lutar pela vida.

Lutar hoje para um amanha melhor.


P.S.: Não posso deixar de dar os meus parabens a todos os movimentos cívicos a favor da vida.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

daquilo que eu percebo de sondagens...

vi agora os resultados de uma sondagem que dá 53,1% ao sim.

ao contrário do que por vezes alguns dizem nestas situações, não se trata de uma vantagem de 6% sobre os 47 do não. trata-se de 3% a mais do que os 50%. e aqui é que está o importante. se esta sondagem correspondesse à realidade, estávamos a apenas 3% de ficar empatados. Mais, estes resultados acontecem depois de se retirar da lista os que se recusam a responder, mas não dizem que não vão votar. em termos de votos expressos, o resultado da sondagem é 47% / 41%

esta sondagem foi realizada em urna fechada, o que diminui o número de eleitores que têm vergonha do seu voto, o que, neste caso, corresponde em vergonha em dizer que vão votar não, dado ser a opção politicamente incorrecta. mesmo assim, acredito que muita gente prefere dizer que não vai votar, mesmo perante a urna fechada. para mais, pelo que percebo da ficha técnica, nesta "urna fechada" o voto é feito de uma forma em que um conjunto de informações sobre o eleitor fica registado, como a idade ou o sexo. Ou seja, o "eleitor" da sondagem quando deposita o seu voto, tem a noção que aquele não é tão anónimo como o voto que irá depositar na urna no domingo.

sinceramente, a VIDA é possível e acredito até... muito provável!

corro o risco de na segunda ser gozado... mas, há 9 anos, na própria noite do referendo, a SIC dizia que o sim ganhava com quase 60%!

não tenhamos vergonha, não percamos o ânimo, a VIDA VAI CONSEGUIR GANHAR NO DOMINGO

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Por Amor vota Não

Encontrei este panfleto do movimento Guard’a Vida http://guardavida.blogspot.com

Afinal, quem tem medo da verdade?

Ouvi, estupefacto, ontem, na rubrica semanal “Notas Soltas” da RTP, os argumentos de António Vitorino a propósito do referendo sobre o aborto. Segundo este conceituado político da nossa praça, a única coisa (pasme-se!) que está em causa no referendo do próximo dia 11 é a despenalização das mulheres que decidem abortar. Atenção que eu ouvi muito bem, pois, graças a Deus, não sou surdo nem vítima de alguma tentativa de aborto falhado que tenha deixado mazelas. Quer isto dizer que, segundo António Vitorino, quem não quiser que as mulheres sejam penalizadas por abortar não precisa de pensar em outras soluções para o problema mas tão-só em votar “sim” no referendo. Já ontem o primeiro-ministro José Sócrates afirmava exactamente o mesmo. E basta ouvir os tempos de antena da maioria dos defensores do “sim” para se perceber que essa é a mensagem de quase todos eles. Unidade, neste caso, não parece faltar. Simples e eficaz: basta votar “sim” e acabamos com a penalização. E só com a penalização...

Já confuso com tudo isto, decidi olhar então mais uma vez para a pergunta que vai a votos no próximo domingo: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?” E perguntei-me: mas se a questão é só sobre a despenalização, porque é que é necessário gastar vinte e cinco palavras, três vírgulas e um ponto de interrogação numa coisa tão simples? Não seria desejável ser-se mais directo e mais poupado no texto? Não ganharia a transparência com essa redução?

Mas a quem interessa afinal a transparência? Goste-se ou não se goste da verdade, é-se obrigado a reconhecer que a pergunta contém outros objectivos. Um deles é conceder à mulher absoluta exclusividade na tomada de decisão em abortar. Dizem os defensores do “sim” que se trata de evitar pressões exteriores que levem ao aborto induzido. Resposta atraente, sem dúvida, ao nível do melhor que se faz em marketing. Mas, mais uma vez, ficamo-nos pela “meia verdade”. Ponhamos a questão ao contrário: como é que um homem que não quer que a mulher aborte pode defender o seu interesse e desejo de ser pai se ela quiser mesmo abortar? Todos sabemos que a mulher tem a missão mais difícil no processo de gerar uma criança. Mas defender que os vinte e três cromossomas que o homem transmite ao embrião (exactamente os mesmos da mulher) nada valem se esta assim o entender é pôr em causa o mais elementar direito de igualdade que tem estado na base do progresso civilizacional nos últimos dois séculos. Por esse prisma passará a ser absolutamente legítimo afirmar que qualquer criança que nasça é muito mais filho da mãe que filho do pai!...

Mas a situação de “gato-escondido-com-o-rabo-de-fora” que a pergunta que vai a referendo protagoniza não se esgota na despenalização e no primado decisório da mulher. Sob o pretexto do combate legítimo ao aborto clandestino, aponta-se para a utilização dos estabelecimentos de saúde legais para a realização de abortos. Esta prática podia levar-nos a múltiplas considerações. Deixo, contudo, apenas uma reflexão. Se é certo que, no caso de vitória do “sim”, as clínicas privadas podem vir a negar a realização de abortos, se assim o entenderem, já os hospitais públicos o não poderão fazer. Os médicos sim, podem fazê-lo, alegando o estatuto de objecção de consciência, mas o hospital não pode fechar as portas a uma mulher grávida que se apresente para abortar. Sejamos realistas: o que pode acontecer se todos os médicos de um determinado hospital decidirem invocar a objecção de consciência para não assistirem a casos de aborto? Como é que o Estado vai descalçar a bota de ter que atender uma cidadã que, de acordo com a lei, requer os serviços desse hospital para abortar, sem ter médicos para o fazer? Alguém tem dúvidas sobre as pressões que vão passar a ser exercidas sobre os médicos? Quem é que vive na ingenuidade ou no mundo da lua?

Mas o principal, aquilo que mais divide os adeptos do “sim” e os do “não” nesta campanha do referendo sobre o aborto é a questão da sua liberalização. Ao votar-se “sim” no referendo está-se a assumir claramente a liberalização de uma prática que todos dizem ser má, mas que, à falta de imaginação e de vontade em encontrar alternativas, alguns preferem tornar legítima por força de lei. Os adeptos do “sim” fogem à esta questão da liberalização como o diabo da cruz. É por isso compreensível que continuem a falar apenas de despenalização e, às vezes, do aborto clandestino. Nesta luta de ideias bem como no motivo real que a inspira – o facto de existir um ser vivo no embrião – o melhor é fingir que se não vê...

Para mim, e julgo que para a maioria dos adeptos do “não”, o centro de todo o problema é a inevitabilidade de, na gravidez, estarmos perante um ser vivo, em processo de formação, é certo, mas já imbuído de dignidade, para não se falar dos atributos físicos claramente detectáveis nas ecografias ainda antes das dez semanas. Não é possível que alguém que se diga defensor da vida e dos direitos humanos não seja sensível a uma realidade que não é um argumento da treta, mas um facto cientificamente inquestionável. Ainda na passada semana, no programa “Grande Entrevista”, da RTP, o Director do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Escola Superior de Biomédicas, da Universidade do Porto, Dr. Alexandre Quintanilha, defensor do “sim”, reconhecia que o embrião era portador de vida, afirmando mesmo que outra coisa não seria possível tendo em conta que dali ia surgir uma criança. Instado a explicar-se, então, porque é que, nessas circunstâncias, defendia o “sim”, o reputado investigador balbuciou que tinha dúvidas que às dez semanas já se pudesse considerar esse ser como “pessoa”. Não deixou de ser caricato verificar como um ilustre cientista como este não conseguiu, confrontado com as suas próprias afirmações, evitar meter os pés pelas mãos...

Goste-se ou não se goste, a ciência desta vez está do lado dos “obscurantistas” e “conservadores” defensores do “não”. Doa a quem doer. Os adeptos do “sim” ainda tentaram mobilizar especialistas para defender os seus pontos de vista, mas os resultados têm-se revelado escassos e pouco satisfatórios. Daí a inflexão de estratégia que se tem visto nos últimos dias, por forma a fugir-se ao confronto com a realidade substantiva do aborto para se centrar em aspectos absolutamente laterais (ainda que importantes) como a despenalização. É por isso que os actuais discursos do primeiro-ministro, de António Vitorino, de António Costa ou de Pedro Silva Pereira, entre outros, são tão orientados pelas mesmas premissas e, simultaneamente, tão significativos pela banalidade de que se revestem. E mais grave que tudo: pela falta de verdade que protagonizam. A intenção parece ser oferecer aos cidadãos um verdadeiro cavalo de Tróia: muito bonito por fora mas cheio de perigos por dentro... E em democracia (pelo menos na democracia que cabe nos meus conceitos) a falta à verdade acaba sempre por se pagar caro.

No sábado passado, numa sessão de esclarecimento que teve lugar em Torres Vedras, a jurista Dra. Isilda Pegado afirmou que em mais nenhum país da Europa existe o aborto “a pedido” tal como o “sim” quer ver estabelecido em Portugal. Essa realidade só existe em dois países do mundo: a China e a Coreia (creio que a do Norte). A vitória do “sim” no referendo do dia 11 pode colocar Portugal no pódio e ao nível desses dois países no tratamento desta realidade. Eu sei que a nossa aproximação estratégica face à China é um desejo que está em marcha, mas não creio que isso se aplique à questão dos valores e dos direitos humanos...

No início desta campanha pensei que os extremismos de posições a que se assistia nos discursos de muitos adeptos do “sim” e do “não” se deviam a pura ignorância e má informação. Não mudei completamente de opinião, mas reconheço que já não há mais desculpas para a ignorância. Negar ou omitir realidades que são consensuais entre os especialistas só porque não dá jeito é jogar com a vida e a morte ao sabor da adrenalina da luta político-partidária. O nervosismo parece invadir aqueles que não querem ver discutidos nesta campanha todos os assuntos relativos ao aborto. Os avisos sucedem-se: cuidado que nesta última semana os adeptos do “não” vão lançar mentiras para nos enganar a todos...; cuidado que eles (os do “não”, claro) vão endurecer o discurso; cuidado...

Mas afinal, cuidado com o quê? Com a abertura das portas do cavalo de Tróia? Com a denúncia de que há uma verdade escondida por detrás do simples e singelo discurso da despenalização? Afinal quem é que está a agir de má-fé? Afinal quem é que está a radicalizar o discurso? Afinal quem é que teme que os cidadãos tomem uma decisão em consciência? Afinal quem é que tem medo da verdade?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

O Canguru!


Nós, mulheres, devíamos ser como os Cangurus fêmeas!
Ahh (pensam vocês) mas que absurdo.. que disparate…!!!

Não é nenhum disparate e passo a explicar o meu ponto de vista:

Os filhotes dos cangurus nascem após umas três semanas de gestação, não desenvolvidos de todo, cegos, completamente glabros (isto é, sem pêlos), com orelhas muito pouco visíveis, membros ainda curtos, surpreendem pelo reduzido tamanho: têm pouco mais de 2 cm e ficam no marsúpio até os 6 meses, sem jamais descerem em terra firme.
A fêmea tem uma bolsa marsupial aberta na frente, com quatro tetas no interior, das quais duas dão leite continuamente. No sétimo mês dão os primeiros passos e só depois de um ano completo se tornam independentes.

Imaginemos agora a seguinte situação:

O feto largava o ventre da mãe às 3 semanas de gestação… cego, pequenino… e entrava na tal bolsinha que a mãe “supostamente” teria como a fêmea canguru.
Na indecisão da mulher… e até às 10 semanas, esta poderia abortar.. mas agora.. bastava-lhe abrir a bolsinha e olhar para o seu bebé… Agora pergunto: Será que vendo o que já está formado ela teria coragem de o/a matar???

Os nossos antepassados desenvolveram-se a adaptaram-se aos tempos, como defesa da própria vida.

Peço a Deus que pela defesa da vida, conceda à mulher uma bolsa marsupial para que esta, antes de pensar em matar, veja com os seus próprios olhos a beleza da vida humana que se gera no seu ventre.

Será assim tão difícil compreender?

Imagine que vai a andar na rua e vê um pai a espancar severamente o filho. Quando digo espancar, digo mesmo espancar... quase a matar o filho (que exagero o meu, ninguém é capaz de matar o próprio filho...) você intervém, ou diz simplesmente que não é consigo, porque o filho é de outro, a vida é de outro, aquilo não lhe diz respeito? Em princípio intervém, nem que seja a chamar alguém.

Chamam-me de intolerante porque quero impôr a minha visão de vida aos outros, porque quero obrigar os outros a decidir como eu. O que se passa, é que mesmo não tendo nada a ver com o filho daquela pessoa, tal como não teria nada a ver com um filho de alguém a ser espancado, eu vejo ali, naquele ventre, um ser humano, uma vida humana. Não posso achar bem, não posso ficar bem, por ver uma vida a ser aniquilada. Não é ser intolerante, é ser humanista.

Sou intolerante porque vejo na barriga de cada mulher grávida um ser humano? Que grande besta que eu sou... sou intolerante por achar que aquilo que vai naquela barriga é tão humano como aqueles outros que meses antes de nascerem já tão cheios de roupas e roupinhas, e que toda a família quer ver o raio da ecografia?

já agora, que raio de esquerda é esta que diz que filho de pobre não tem direito a nascer? que só pode nascer quem tem condições para ser criado! A selecção do Brasil ficava reduzida à mediania...

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Mãe...

De um momento de loucura
De um momento de paixão
Eu sou a testemunha
Dessa união

Porque me rejeitas?
porque me queres negar,
Momento tao lindo
Que foi me gerar

porque não me aceitas
porque queres matar
O presente mais bonito
AMAR

Vais apagar-me do mundo
Ao mundo não me vais mostrar
Vais colar-me no teu coraçao bem fundo
De mim jamais te vais libertar

Aminha morte, te perdoo
E consigo imaginar
O amor que por mim tinhas
Mas foste incapaz de aceitar

Teu amor por mim será
O teu maior tormento
Desculpa Mãe
Nao queria para ti,tal sofrimento


De M.luisa a 3 de Novembro de 2006 às 16:56

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Artigo Sol

Dá que pensar, não apenas em relação a este referendo como em relação a todos os outros que aí virão!


Um primeiro-ministro de alguns portugueses?


É um lugar-comum dizer que o Presidente da República é o «Presidente de todos os portugueses».
Significa isto que, no momento da posse, o Presidente deixa de representar apenas os que votaram nele e passa a representar todos – os amigos e os inimigos, os que o aplaudiram e os que o hostilizaram, os que fizeram campanha por ele e os que militaram contra ele.
Nunca se fala nestes termos, porém, do primeiro-ministro.
Será que o primeiro-ministro é também o primeiro-ministro de todos os portugueses ou apenas de alguns?

A resposta a esta questão tem que ver com a ideia de Estado.
Em minha opinião, enquanto um político é líder de um partido existe no plano partidário; mas, a partir do momento em que se torna chefe do Governo, passa a existir no plano do Estado.
E o plano do Estado exige outra atitude, outra postura e outro comportamento.
Exige, logo à partida, isenção.
Não se concebe um representante do Estado que não seja isento – até porque o Estado, sendo sustentado pelo conjunto dos cidadãos, deve tratar todos da mesma forma.
E aqui não se vêem diferenças substanciais entre o Presidente e o primeiro--ministro.

Vem isto a propósito da participação de José Sócrates na campanha do aborto.
Se ninguém imagina o Presidente da República a envolver-se nela, por que se aceita que o chefe do Governo o faça?
Terá um estatuto de menoridade?
Terá menos deveres de independência no exercício do cargo?
Será correcto vestir de manhã a pele do primeiro-ministro e à noite a de líder partidário?
Será aceitável uma mesma pessoa ser ao mesmo tempo duas coisas?
Imagine-se que Cavaco, invocando a sua qualidade de cidadão, decidia também participar na campanha, defendendo o ‘Não’ ao aborto.
Poderíamos então ter, num mesmo dia, Sócrates a gritar num comício pelo ‘Sim’ e Cavaco a discursar ao lado a favor do ‘Não’.
Alguém acharia isto normal?

O envolvimento de membros do Governo na campanha do aborto levanta outro problema.
Embora digam que o fazem a título pessoal, a verdade é que a presença destacada de alguns ministros ou secretários de Estado na campanha só se justifica pelos lugares que ocupam.
Se não fossem governantes, a notoriedade que têm na campanha não faria sentido – dado que quase ninguém os conheceria.
Ora é legítimo que membros do Governo tirem partido da sua posição oficial para, num referendo, apoiarem uma das partes em confronto?

Esta indefinição que hoje existe, com políticos que ora surgem como membros do Governo ora se apresentam como dirigentes partidários, não é nada saudável.
E essa indefinição, ao contrário do que muitos possam pensar, prejudica José Sócrates – porque diminui a imagem de independência e distância que devem ter as figuras do Estado.
Além de que, se o ‘Não’ ganhar, ele e o Governo sairão derrotados.
Ora o Governo deve ser julgado por aquilo que fez e não fez – e não pelas posições do primeiro-ministro ou de ministros em relação a este ou aquele tema.

José António Saraiva in SOL

Caminhada pela Vida - Rescaldo

Sofia Maleitas



No fim da Caminhada fui ao site da Agencia Lusa e qual o meu espanto quando dei de caras com a reportagem que referia estarem 2.000 pessoas, fui ao Portugal Diário 7.000 a 8.000. Rendida achei melhor aguardar pelas edições em papel do dia seguinte.



E no dia seguinte, nada de novo a registar.



É lamentável, mas o que safa os Portugueses que estamos interessados em ler FACTOS é o acesso à Internet que nos dá acesso à informação, e não à opinião ou à manipulação.



Se querem ter uma aproximação sobre QUANTAS PESSOAS foram à Caminhada pela Vida não resta alternativa senão ir ao site de uma das Agências de Informação mais prestigiadas do mundo, a agência Reuters.



Foi a fonte que mais se aproximou dos números relatados por inúmeros agentes da PSP aos quais fui perguntando e me respondiam com unanimidade 20.000 a 25.000 pessoas!

Site reuters: link no título

O papel da Igreja no referendo tem sido mal interpretado... deturpado

Tenho ouvido rumores de a Igreja estar a dar palpites, que não deveria dar...

Se o Primeiro Ministro dá opinião e apela ao Sim, porque não um padre apelar ao Não?


Depois.. ou se é Cristão, ou não se é... se somos Cristãos e proclamamos a todos que o somos e pedimos a benção de Deus no casamento católico... e depois vimos dizer que "Oh Deus.. tu não te metas que isto é comigo"... hum...
Quanto à contracepção, a Igreja cresceu e evoluio muito, ao contrário daquilo que se quer fazer passar.
Numa carta "
ÀS FAMÍLIAS" de Joao Paulo II que aqui transcrevo um excerto, ele apela à maternidade e paternidade responsavel (atenção que o aborto nunca foi visto como solução pela Igreja como contracepção).

" (...)
A paternidadee a maternidade responsável
12. No delineamento da presente Carta às Famílias, é chegado o momento de acenar a duas questões conexas entre si. Uma, mais genérica, diz respeito à civilização do amor; a outra, mais específica, refere-se à paternidade e maternidade responsável.
Dissemos já que o matrimónio suscita uma singular responsabilidade pelo bem comum: primeiro dos cônjuges, depois da família. Este bem comum é constituído pelo homem, pelo valor da pessoa e por quanto representa a medida da sua dignidade. O homem possui em si esta dimensão em qualquer sistema social, económico e político. No âmbito do matrimónio e da família, porém, esta responsabilidade torna-se, por muitas razões, ainda mais «empenhativa». Não é sem motivo que a Constituição pastoralGaudium et spes fala de «promoção da dignidade do matrimónio e da família». O Concílio vê em tal «promoção» uma tarefa tanto da Igreja como do Estado; todavia, ela permanece, em cada cultura, primariamente um dever das pessoas que, unidas em matrimónio, formam uma família específica. A «paternidade e maternidade responsável» exprimem o compromisso concreto de actuar esse dever, que, no mundo contemporâneo, reveste novas características.
De modo particular, paternidade e maternidade responsável referem-se directamente ao momento em que o homem e a mulher, unindo-se «numa só carne», podem tornar-se pais. É momento impregnado de um valor peculiar, quer pela sua relação interpessoal quer pelo seu serviço à vida: eles podem-se tornar progenitores — pai e mãe —, comunicando a vida a um novo ser humano. As duas dimensões da união conjugal, a unitiva e a procriadora, não podem ser separadas artificialmente sem atentar contra a verdade íntima do próprio acto conjugal (31).
Este é o ensinamento constante da Igreja, e «os sinais dos tempos», de que hoje somos testemunhas, oferecem novos motivos para reafirmá-lo com particular vigor. S. Paulo, tão atento às necessidades pastorais do seu tempo, exige clara e firmemente que se «insista oportuna e inoportunamente» (cf. 2 Tim 4, 2), sem qualquer temor pelo facto de «já não se suportar a sã doutrina» (cf. 2 Tim 4, 3). As suas palavras são bem conhecidas de quantos, compreendendo profundamente as vicissitudes do nosso tempo, esperam que a Igreja não só não abandone «a sã doutrina», mas antes, a anuncie com renovado vigor, perscrutando nos actuais «sinais dos tempos» as razões para um ulteriore providencial aprofundamento da mesma.
Muitas destas razões encontram-se já nas próprias ciências que, partindo do antigo tronco da antropologia, se desenvolveram em várias especializações, tais como a biologia, a psicologia, a sociologia e as suas posteriores ramificações. De certo modo, todas giram à volta da medicina, simultaneamente ciência e arte (ars medica) ao serviço da vida e da saúde do homem. Mas as razões, a que se acena aqui, emergem sobretudo da experiência humana que é múltipla e, em certo sentido, precede e segue a própria ciência.
Os cônjuges aprendem por experiência própria o que significam a paternidade e a maternidade responsável; aprendem-no também graças à experiência de outros casais que vivem em condições análogas, e tornam-se assim mais abertos aos dados das ciências. Poder-se-ia dizer que os «peritos» como que aprendem dos «cônjuges», para serem depois, por sua vez, capazes de instruí-los competentemente acerca do significado da procriação responsável e dos modos de a realizar.
Este argumento foi tratado amplamente nos Documentos conciliares, na Encíclica Humanae vitae, nas «Proposições» do Sínodo dos Bispos de 1980, na Exortação apostólica Familiaris consortio, e em intervenções análogas até à Instrução Donum vitae da Congregação para a Doutrina da Fé. A Igreja ensina a verdade moral acerca da paternidade e maternidade responsável, defendendo-a das visões e tendências erróneas hoje difusas. Por que motivo faz isto a Igreja? Será, talvez, porque não se dá conta das problemáticas invocadas por quantos aconselham cedências neste âmbito e procuram convencê-la inclusivamente com pressões indevidas, quando não mesmo com ameaças? Não raro, de facto, o Magistério da Igreja é acusado de estar superado já e fechado às instâncias do espírito dos tempos modernos; de realizar uma acção nociva para a humanidade, e inclusive para a própria Igreja. Ao manter-se obstinadamente nas próprias posições — diz-se —, a Igreja acabará por perder popularidade e os fiéis afastar-se-ão cada vez mais dela.
Mas como é possível sustentar que a Igreja, especialmente o Episcopado em comunhão com o Papa, seja insensível a problemas tão graves e actuais? Foi precisamente neles que Paulo VI entreviu questões de tal forma vitais que o impeliram a publicar a Encíclica Humanae vitae! O fundamento sobre o qual se baseia a doutrina da Igreja acerca da paternidade e maternidade responsável é bem amplo e sólido. O Concílio indica-o, antes de mais, no ensinamento sobre o homem, quando afirma que ele é «a única criatura sobre a terra a ser querida por Deus por si mesma» e que não pode «encontrar-se plenamente a não ser no dom sincero de si mesmo» (32). Isto porque ele foi criado à imagem e semelhança de Deus e redimido pelo Filho unigénito do Pai, feito homem por nós e para nossa salvação.
(…)
Eles vivem, então, um momento de especial responsabilidade, também em razão da potencialidade procriadora conexa com o acto conjugal. Os esposos podem, naquele momento, tornar-se pai e mãe, dando início ao processo de uma nova vida humana, que depois se desenvolverá no seio da mulher. Se a mulher é a primeira que dá conta de ter-se tornado mãe, o homem com quem se uniu em «uma só carne» toma consciência, por sua vez e através do testemunho dela, de ter-se tornado pai. Da potencial e, em seguida, efectiva paternidade e maternidade, ambos são responsáveis. O homem não pode deixar de reconhecer ou não aceitar o resultado de uma decisão que foi também sua. Não se pode esconder por detrás de expressões como: «não sei», «não queria», «foste tu que quiseste». A união conjugal comporta em todo o caso a responsabilidade do homem e da mulher, responsabilidade potencial que se torna efectiva quando as circunstâncias o impuserem. Isto vale sobretudo para o homem que, apesar de ser também ele artífice do desencadeamento do processo gerador, fica biologicamente distanciado do mesmo: é na mulher, de facto, que aquele se desenvolve. Como poderia o homem não se sentir comprometido nele? Impõe-se que ambos, o homem e a mulher, assumam conjuntamente, perante si mesmos e os outros, a responsabilidade da nova vida por eles suscitada.
Esta é uma conclusão partilhada pelas próprias ciências humanas. Mas é preciso ir mais longe, analisando o significado do acto conjugal à luz dos referidos valores da «pessoa» e do «dom». É o que faz a Igreja com o seu constante ensinamento, em particular no Concílio Vaticano II.
(…)
Ao concluir a nossa reflexão sobre este argumento tão importante e delicado, desejo dirigir uma palavra de particular encorajamento sobretudo a vós, caríssimos cônjuges, e a todos aqueles que vos ajudam a compreender e a pôr em prática o ensinamento da Igreja sobre o matrimónio, sobre a maternidade e paternidade responsável. Penso de modo especial nos Pastores, nos muitos peritos, teólogos, filósofos, escritores e editores, que não se acomodam ao conformismo cultural dominante, mas estão corajosamente decididos a «ir contra a corrente». Aquela palavra de encorajamento vai ainda para um grupo cada vez mais numeroso de peritos, médicos e educadores, verdadeiros apóstolos leigos, para os quais a promoção da dignidade do matrimónio e da família se tornou uma tarefa importante da sua vida. Em nome da Igreja, digo a todos o meu obrigado! Sem eles, que poderiam fazer os Sacerdotes, os Bispos e até mesmo o próprio Sucessor de Pedro? Disto me fui convencendo sempre mais, desde os primeiros anos do meu sacerdócio, quando comecei a sentar-me no confessionário, para partilhar as preocupações, os medos e as esperanças de tantos esposos: encontrei casos difíceis de revolta e recusa, mas ao mesmo tempo tantas pessoas admiravelmente responsáveis e generosas! Enquanto escrevo esta Carta, tenho presente todos estes cônjuges e abraço-os com o meu afecto e a minha oração.
(...)"

1994 - ANO DA FAMÍLIA
CARTA DO PAPA JOÃO PAULO II
ÀS FAMÍLIAS

Por vezes, olhamos para as coisas como queremos e atribuimos significados que não estão lá escritos... contornamos as questoes.. facilitamos... deixamos de ter noção do correcto.
João Paulo II, um papa do futuro, trouxe à Igreja a liberdade de escolha numa maternidade e paternidade responsável.


Como cristã que acredito na vida, não vejo o aborto como escolha. Voto Não.



Este é o site onde está publicada a carta, para uma consulta mais atenta:

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/letters/documents/hf_jp-ii_let_02021994_families_po.html

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